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Respostas aos problemas de uma economia circular para plásticos destinados ao contacto direto com alimentos

09 Feb 2021
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Os consumidores querem produtos seguros, assim como uma redução no uso de plástico novo e um aumento no uso de plástico reciclado. Com as preocupações levantadas sobre as SNIA (substâncias não intencionalmente adicionadas) em artigos e materiais em contacto com alimentos (MCA), como podemos criar uma verdadeira economia circular que forneça produtos seguros a partir de materiais plásticos reciclados?

Nos últimos anos, as questões relacionadas com o uso e o desperdício de embalagens de plástico têm sido muito abordadas. Para proteger o meio ambiente, os consumidores e as autoridades reguladoras estão empenhados em promover mudanças nos nossos hábitos de consumo de embalagens e incentivar uma maior reciclagem de plásticos.

A escala do desafio não deve ser subestimada. A União Europeia (UE) gera cerca de 25,8 milhões de toneladas de resíduos de plástico por ano, sendo apenas 30% reciclados. Desses 30%, estima-se que apenas 6% sejam reaproveitados em novos produtos. Este sistema é insustentável.1

ECONOMIA CIRCULAR

Uma melhor opção seria fazer um produto, usá-lo, reutilizá-lo e depois transformá-lo noutro produto novo, antes de reciclar os materiais para fazer um novo produto. A isto chama-se economia circular. Reduz ou elimina o desperdício e é fundamentalmente diferente do nosso modelo linear atual, em que os recursos são usados para fazer produtos e depois são descartados.

A Europa está na vanguarda da promoção de uma economia circular. Tendo como objetivo que, até 2025, pelo menos 55% de todos os plásticos sejam reciclados, tendo alguns países indo mais além, como é o caso do Reino Unido que prometeu que até 2030 todos os plásticos colocados no mercado deverão ser reutilizáveis ou facilmente recicláveis.2

PROBLEMAS DE RECICLAGEM DE PLÁSTICOS EM CONTACTO COM ALIMENTOS

Uma economia circular só funciona se os produtos criados com materiais reciclados forem seguros e estiverem em conformidade com os regulamentos. A indústria de MCA enfrenta diversos problemas em relação ao uso de materiais reciclados na criação de novos produtos. Em parte, isto vem do facto de que o desenvolvimento de novos plásticos ultrapassou as novas tecnologias de reciclagem.

Dependendo do tipo de recolha e da tecnologia de reciclagem, os plásticos reciclados usados para estarem em contacto com alimentos vão conter uma variedade de diferentes tipos de plásticos. Atualmente, é impossível identificar o plástico em cada artigo sem uma análise individual. Sem essa supervisão, é possível que os MCA feito de materiais reciclados não cumpram os regulamentos da UE, como o Regulamento da Comissão 10/2011 - Plásticos, Materiais e Artigos em Contacto com Alimentos.

SNIA

Uma preocupação adicional deve ser o aparecimento de substâncias transferidas que conduzem a SNIA (substâncias não intencionalmente adicionadas). Embora as Boas Práticas de Fabrico (BPFs) possam garantir que as substâncias adicionadas intencionalmente (SAI) são mantidas dentro dos limites de segurança quando utilizadas para fazer plástico virgem, seguir as BPFs não vai ajudar se as matérias-primas já estiverem contaminadas por causa da reutilização não intencional e tecnologias de reciclagem ineficientes.

O Artigo 3 (9) do Regulamento da Comissão 10/2011 define SNIA como "uma impureza nas substâncias utilizadas ou um intermediário de reação formado durante o processo de produção ou um produto de decomposição ou reação".3

Podem ter origem em várias fontes - impurezas nos materiais de partida, produtos de reações químicas e produtos de degradação criados durante a produção, vida útil ou processo de reciclagem, etc.

MCA NA ECONOMIA CIRCULAR

Embora a UE esteja empenhada em promover uma economia circular, para os fabricantes e consumidores de MCA a questão fundamental é: “os plásticos reciclados são de confiança?”. O facto de os plásticos serem frequentemente reciclados coletivamente significa que o material final pode estar contaminado. Os resultados podem ser óbvios - plásticos turvos ou descoloridos, ou plásticos com odor - mas também podem ser indetetáveis - por exemplo, impurezas carcinogénicas. A situação ideal seria um ciclo de reciclagem fechado, onde o mesmo produto é reciclado para o mesmo uso. Isto exigiria uma abordagem diferente para a reciclagem, em que os plásticos são recolhidos separadamente.

A principal legislação da EU diz que as partes interessadas no MCA devem considerar é o Regulamento (CE) 282/2008, que altera o Regulamento (CE) n.º 2023/2006 sobre BPF para materiais e artigos em contacto com alimentos. Deve ser considerado em combinação com o Regulamento (CE) 10/2011 e o Regulamento (CE) 1935/2004, o regulamento-quadro do MCA.

O Regulamento 282/2008 estabelece os requisitos para materiais e artigos de plástico que devem entrar em contacto com alimentos e que contenham plásticos reciclados. Afirma que os produtos só podem ser colocados no mercado se o plástico reciclado tiver sido obtido de uma fábrica com um processo de reciclagem aprovado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

Finalmente, é preciso pensar também nas substâncias transferidas. Eles podem ser SNIA dos plásticos originais ou podem resultar de IAS legais que foram restritos ou proibidos durante o ciclo de vida do material. Portanto, quando os plásticos são reciclados para reutilização, devem ser implementadas medidas para garantir que o novo MCA esteja em conformidade com os limites regulamentares para esses contaminantes.

SOLUÇÃO SGS

A SGS oferece uma gama de serviços para ajudar fabricantes, marcas e retalhistas a promover uma economia circular. Os nossos sete pilares cobrem todo o sistema, desde o fornecimento sustentável (pilar 1) até à reciclagem (pilar 7).4

Para fabricantes de MCA, podemos fornecer:

  • Pilar 1 - Fornecimento Sustentável: Certificação de Compra Responsável (ISO 20 400) e Certificação de acordo com o Relacionamento com Fornecedores e Etiqueta de Compra Responsável (RFAR)
  • Pilar 2 - Design durável:
    • Análise química e verificação de conformidade com REACH, POP, diretrizes de embalagem, etc.
    • Embalagem reciclada ou reutilizável: teste de desempenho e teste comparativo entre materiais virgens / descartáveis e reciclados
    • Teste de biodegradabilidade e compostabilidade no ambiente terrestre de embalagens
    • Teste de novos materiais que entram em contacto com alimentos, verificação de pesticidas, sem óleos minerais, etc.
  • Pilar 5 - Consumo Responsável:
    • Instruções de classificação para embalagem (Info-Tri e Triman)
    • Auditorias de loja
    • Avaliação e certificação de marcas e pontos de venda como parte do seu processo de responsabilidade social corporativa por meio dos rótulos Responsible® e Responsible Sales Points®
    • Testes microbiológicos de embalagens reutilizáveis (verificação de não proliferação bacteriana)
    • Rotulagem de validação5

Oferecemos uma ampla gama de serviços para ajudar as empresas do setor de MCA a fornecer produtos seguros e em conformidade para mercados-alvo em todo o mundo, incluindo testes e avaliação para SNIA. Concluindo, os produtos só são de confiança porque foram testados.

REFERÊNCIAS

1 A European Strategy for Plastics in a Circular Economy  
2 A European Strategy for Plastics in a Circular Economy  
3 Plastic materials and articles intended to come into contact with food  
4 SGS et l'économie circulaire  
5 Nos solutions adaptées 

SOBRE NÓS

A SGS é a empresa líder mundial em inspeção, verificação, testes e certificação. A SGS é reconhecida como referência global em qualidade e integridade. Com mais de 89.000 colaboradores, a SGS conta com mais de 2.600 escritórios e laboratórios em todo o mundo. Estamos constantemente a olhar para além das expectativas dos nossos clientes e da sociedade em geral, com o objetivo de fornecer serviços líderes de mercado onde quer que sejam necessários. Trabalhamos juntos por um mundo melhor e mais seguro.

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