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Origem e História do SMED

08 Feb 2022
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O SMED, ou Single-Minute Exchange of Die, foi desenvolvido no Japão pelo pai da metodologia Lean, Taiichi Ohno.

Autor:
Rui Ferreira
Director de Produtividade da SGS Portugal
 

O termo Single-Minute Exchange of Die nasceu na Toyota e está estreitamente ligado ao seu hoje famoso Toyota Production System. Por “dies” entendem-se as maquinarias de grandes dimensões que moldam as diferentes partes de um veículo e, que, por isso, tinham de ser trocadas para cada modelo em produção. A dimensão e complexidade destas máquinas exigiam grande cuidado e precisão na sua montagem, o que frequentemente significava interrupções na produção que poderiam durar entre doze horas e três dias.

 

Qual foi o papel de Taiichi Ohno no desenvolvimento do SMED?

Terá sido numa viagem aos Estados Unidos da América, provavelmente em 1955, que Taiichi Ohno entrou em contacto com prensas de metal do fabricante Danly, que eram capazes de mudar os seus moldes e configurações a grande velocidade. Seria esta experiência reveladora que levaria as prensas Danly para o Japão, onde a redução dos tempos de reconfiguração seria posteriormente aprimorada. 

De facto, Taiichi Ohno terá adquirido uma série destas prensas para instalação na fábrica de Motomachi, na província de Aichi. E foi na sequência desta aquisição, que a Toyota começou a desenvolver uma investigação profunda com objetivo de reduzir os tempos de transição das suas próprias prensas, numa abordagem à data designada por QDC (Quick Die Change). As décadas seguintes assistiram a um avanço claro nos tempos de transição nas unidades do fabricante japonês, passando de várias horas nas décadas de 40 e 50 a apenas quinze minutos na década de 60, três minutos na década de 1970 e a meros 180 segundos nas décadas seguintes.

E qual o contributo de Shigeo Shingo para o SMED?

Efetivamente, só com Shigeo Shingo, engenheiro industrial japonês, é que o SMED ganhou a sua denominação atual. Shigeo tinha participado na iniciativa QDC da Toyota no final da década de 60, e terá sido um dos responsáveis por refinar os princípios do sistema e imprimir a tónica que atualmente conhecemos através da noção de “single-minute” ou “single-digit”.

É, de facto, sob a sua denominação SMED que o conceito chega aos Estados Unidos da América, onde prolifera e ganha relevância. Também na difusão da metodologia Lean, no Ocidente, o papel de Shigeo Shingo é reconhecido — o seu estudo do Sistema de Produção da Toyota foi traduzido para Inglês na década 80 com o apoio de Norman Bodek, empreendedor norte-americano que introduziu o Lean na indústria norte-americana e que se notabilizou pelas suas múltiplas viagens ao Japão com o objetivo de estudar os métodos japoneses e por promover a tradução os trabalhos dos principais autores industriais locais, como Ohno e Shingo para a língua inglesa.

 

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