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O papel das cidades na Economia Circular

Blog SGS PortugalESG21 Jul 2022

Autor:
Eng.º Américo Rebelo
Lead Auditor da SGS Portugal
Formador da SGS Academy
 

A dimensão das cidades, os recursos que mobilizam e os resíduos que produzem, fazem delas parte fundamental no caminho para uma efetiva Economia Circular.

55% da população mundial vive em cidades, e cerca de 70% das emissões de gases com efeito de estufa têm origem nelas. Além disso, é também nas cidades que o consumo é mais assinalável e, consequentemente, onde a geração de resíduos é maior. Elas são, por isso, parte fundamental num sistema de Economia Circular bem-sucedido.

As cidades no tradicional sistema linear

Quando pensamos nas cidades da economia linear, o seu funcionamento é simples: na cidade entram recursos (água e energia) e matérias-primas de diferentes origens, que são consumidos ou transformados nos seus usos dentro da cidade, e da qual depois saem sob a forma de resíduos ou desperdícios, de emissões para a atmosfera, ou ainda como efluentes.

Esta é a marca do sistema linear, baseado numa lógica de produção-consumo-abandono. Esta lógica, altamente poluidora e pouco sustentável, sobretudo no contexto do crescimento da população mundial, é amplamente responsável pela pressão exercida sobre os recursos do planeta.

A abordagem circular

Mais complexas na sua representação, as cidades previstas pela Economia Circular são, contudo, fáceis de compreender. O seu metabolismo procura ciclos fechados, retroalimentados, onde o tratamento e reaproveitamento de recursos tem primazia. Emissões e efluentes que não sejam passíveis de manter dentro do ciclo devem ser devolvidos à Natureza em condições seguras. A reciclagem, a reutilização e a reparação são processos fundamentais.

Esta abordagem, idealmente capaz de reduzir os recursos extraídos ao planeta pela constante circulação e reciclagem de materiais dentro do ciclo, apoia-se também nas energias renováveis como estratégia para reduzir emissões a montante, evitando que se tornem um custo posterior para o sistema.

Na prática, este reaproveitamento, ou fechamento do ciclo, pode adotar múltiplas formas.

Exemplos práticos — “o ciclo biológico”

Inserem-se no “ciclo biológico” as soluções destinadas à produção de alimentos e tratamento de águas, como:

  • o tratamento de efluentes industriais com vista à recuperação de nutrientes (como o fósforo ou o magnésio) e posterior produção de fertilizantes agrícolas;
  • a filtragem de efluentes domésticos, por meios naturais, permitindo a criação de combustíveis (biogás) e adubos orgânicos, além da purificação da água para reentrada no sistema de abastecimento;
  • a criação de hortas urbanas, permitindo aproveitar o espaço das cidades (nomeadamente na cobertura de edifícios) como solo produtivo e oferecendo à compostagem de resíduos orgânicos um uso valorizado.

Exemplos práticos — “o ciclo construtivo”

Sendo a construção civil um dos setores mais poluentes, o entendimento de materiais técnicos como nutrientes, passíveis de reaproveitamento e reintrodução no ciclo, abre portas a novos e menos poluentes métodos construtivos.

  • - criação de edifícios modulares e desmontáveis, onde cada elemento construtivo poderá ser reutilizado noutro edifício;
  • - privilegiar sistemas de encaixes e parafusos ao invés de colas tradicionais, evitando a geração de desperdícios das demolições tradicionais.

Exemplos práticos — “reparação e reaproveitamento”

Também os cidadãos, consumidores finais de múltiplas indústrias, podem desempenhar um papel ativo na Economia Circular, nomeadamente rejeitando a lógica linear, do descartar de equipamentos obsoletos ou avariados, desacelerando o consumo e incentivando movimentos de reparação ou, no caso onde tal não seja possível, de reutilização de componentes.

 

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