VSM vs MIFA (ou MFID) — o que são e quando utilizar?

MIFA (ou MFID) e VSM são fundamentalmente sinónimos com origens distintas. Ambos se assumem, porém, como ferramenta essencial para uma organização que deseje implementar uma metodologia Lean com chave na gestão da estruturada da competividade.

O que é o MIFA (ou MFID) e para que serve?

Resumidamente, o MIFA é uma análise de fluxos de informação entre fornecedores e a organização contratante, com o objetivo de aumentar a sua eficiência, evitando redundância e ruído.

Por MIFA, ou diagramas MIFA (Material and Information Flow Analysis, ou Análise de Fluxos de Materiais e Informação, em português) ou ainda MFID (Material and Information Flow Diagram), entende-se uma análise dos fluxos de informação e recursos (ou materiais) dos fornecedores de dada organização, assim como a forma como estes se relacionam com os processos da própria organização. Como a grande maioria das ferramentas hoje utilizadas na metodologia Lean Manufacturing, também o MIFA nasce no Sistema de Produção da Toyota, na segunda metade do século XX, embora, como já referido acima, ele não fosse diretamente aplicado no seio das suas fábricas automóveis, já que as linhas de montagem nelas presentes respeitavam, de forma natural, um fluxo bem definido.

A ferramenta revelava-se preponderante, porém, no contacto com fornecedores, já que cada entidade externa à Toyota adotava processos próprios e por vezes muito distintos entre si, o que poderia redundar em tarefas supérfluas, ruído comunicacional, ou mesmo falhas, perdas, desperdícios ou gargalos. Além destes fatores, tornava-se também mais exigente e complexa a relação do fabricante automóvel com os seus diferentes fornecedores, com o risco de falhas na comunicação ou no abastecimento pudesse impactar a produção ou a qualidade dos produtos do fabricante japonês.

Os diagramas MIFA ofereciam, portanto, benefícios intimamente ligados aos da metodologia Lean, a saber: a identificação e redução de desperdícios ao longo da cadeia de fornecimento e produção, o desenvolvimento do melhor produto possível ao cliente, a potenciação da melhoria contínua da unidade produtiva e, consequentemente, a identificação e perseguição de KPIs (indicadores de performance chave). 

Então, e o que é o VSM?

Na verdade, VSM e MIFA são uma e a mesma coisa; simplesmente, a designação “VSM” pretende colocar a tónica na criação de valor para o cliente final.

VSM é o acrónimo inglês para Value Stream Mapping (ou Mapeamento do Fluxo de Valor, em português), e na verdade é apenas um outro nome para os diagramas MIFA. O termo foi cunhado pelo Lean Enterprise Institute — Womack, Jones e Shook, traduzindo a ideia de que mapas de fluxo de valor permitiriam a compreensão e medição da criação de valor (e desperdícios) de uma organização, partindo dos seus fornecedores até à disponibilização do produto ao cliente final. 

Tanto no VSM como no MIFA (ou MIFD) poderá ser utilizada uma iconografia muito própria no caso de se estar a representar os processos produtivos ou logísticos de shopfloor. Já quando se representam processos transversais de outros ambientes (ex. Office) utilizam-se os típicos tipos de fluxograma.

É necessário efetuar um VSM ou MIFA a todos os processos? Não.

Nós da SGS Productivity utilizamos estas ferramentas para processos de elevada dificuldade de entendimento, que seja pela complexidade do processo, quer seja para promover um entendimento único do processo a todos os membros da equipa que trabalha no VSM/MIFA. 

Quer entenda esta ferramenta como MIFA ou VSM, ela pode assumir um papel primordial na gestão da competitividade da sua empresa e sustentar os seus processos de tomada de decisão, ao constituir-se como potenciadora de maior conhecimento do funcionamento da sua cadeia de fornecimento e da criação de valor ou desperdício ao longo da produção. 

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