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Fabrico de cosméticos sustentáveis — ingredientes nocivos a evitar

Blog SGS PortugalCosméticos & Higiene12 Jan 2023

Autora:
Rita Costa
Cosmetics & Hygiene Coordinator da SGS Portugal

A sustentabilidade é cada vez mais uma preocupação de fabricantes de diversos setores e uma exigência dos consumidores. Dada a natureza particular dos produtos cosméticos, a não utilização de ingredientes sintéticos e nocivos para a saúde humana e para o ambiente ganha relevo.

Alguns ingredientes comummente presentes numa grande variedade de cosméticos podem ser prejudiciais para a saúde humana e para determinados ecossistemas, particularmente os marinhos, para onde muitos dos resíduos fruto de atividades humanas acabam por escoar.

Alguns ingredientes nocivos a evitar no fabrico de cosméticos sustentáveis:

  • Parabenos

Os parabenos são uma classe de conservantes muito utilizada em produtos de higiene, beleza e medicamentos, habitualmente com o objetivo de prevenir a proliferação de fungos e bactérias nestas fórmulas. Podendo surgir sob diferentes designações, dada a variedade de compostos deste tipo utilizados na indústria, os parabenos têm sido associados a sensibilidade e reações alérgicas, sobretudo em indivíduos com eczema e outras doenças da pele, existindo ainda estudos que sugerem um contributo — embora reduzido — no desenvolvimento do cancro da mama nos seres humanos. Tendo o Comité Científico Europeu para a Segurança do Consumidor (SCCS) decretado a maior parte dos parabenos como seguros para uso em produtos cosméticos desde que a sua presença agregada seja inferior a 0.19%, alguns parabenos foram banidos pela Comissão Europeia em 2014. Além dos riscos para a saúde humana, os parabenos têm efeitos nefastos sobre o ambiente, e a sua presença já foi detectada nos tecidos de mamíferos marinhos

  • Fragrâncias sintéticas

Genericamente referidas como "Parfum" nos rótulos, este tipo de ingredientes destinados a mascarar ou melhorar o odor de produtos cosméticos existem em grande parte dos produtos de beleza para incrementar a sua atratividade para o consumidor no seu uso quotidiano, mas podem causar irritação da pele, problemas respiratórios, ou mesmo enxaquecas e dores de cabeça. Sempre que possível, a escolha dos fabricantes deve recair sobre perfumes de origem natural, menos sujeitos a reações adversas ou impactos sobre a saúde.

  • Oxibenzona ou benzofenona-3

Atuando como filtro solar contra os raios UV, este componente encontra-se, portanto, presente em muitos protetores solares. Estudos científicos verificaram uma maior incidência de alergias entre os produtos que incluem este ingrediente, e outros sugerem o seu papel no desenvolvimento de carcinomas, nomeadamente na pele, pulmão e mama — num estudo de 2021 que reuniu mais de 3 mil endocrinologistas europeus, a Sociedade Europeia de Endocrinologia alertou para a desregulação hormonal em humanos causada pelos disruptores endócrinos existentes nos protetores solares e outros cosméticos, e que podem causar problemas no sistema reprodutivo (da malformação dos genitais a puberdades ora tardias ora precoces), provocar o aumento da obesidade, alterações da tiroide, ou mesmo influenciar o aparecimento de doenças graves como o cancro e a diabetes. O mesmo estudo salienta as consequências graves que disruptores endócrinos podem causar durante a gravidez, da eclampsia nas gestantes ao aborto, e até a potenciais problemas verificados a longo-prazo, na idade adulta de fetos expostos durante a gravidez.

A oxibenzona é ainda altamente nociva para os recifes de coral, danificando o seu DNA. Por esse motivo, determinados países ou regiões costeiras com uma importante vida marinha já impedem a comercialização de protetores solares com este composto. Um estudo de 2015 responsabiliza a oxibenzona pelo branqueamento dos corais e sua erosão, processo que acelera a sua morte. Mas mesmo em regiões costeiras onde os corais não existem, os impactos sobre os ecossistemas marinhos são assinaláveis — sabe-se que a oxibenzona afeta também a reprodução de invertebrados marinhos e de organismos que habitam as zonas de maré em Portugal.

  • Microesferas e outros microplásticos

As microesferas em plástico ou outros semelhantes, designados comummente como “polietileno” ou “polipropileno” nos rótulos, são comuns em produtos de limpeza da pele, esfoliantes, branqueadores dentários, entre outros. Além da sua potencial perigosidade para o organismo humano no caso de ingestão associada a usos prolongados, este tipo de microplásticos acaba por chegar aos recursos hídricos, onde é inevitavelmente consumido por diversos animais e ameaçar a vida marinha. Amostras de produtos de pescado recolhidas em anos recentes têm vindo a evidenciar o aumento da concentração de microplásticos em produtos destinados ao consumo humano.

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